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San Millán de la Cogolla recebe a princesa Letícia

A cerimônia de apresentação também contou com as intervenções do prior do mosteiro, Juan Angel Nieto, do presidente da agência EFE, Alex Grijelmo, do diretor da Academia mexicana da Língua Espanhola e presidente de FUNDEO México, José Moreno de Alba, e do presidente de BBVA, Francisco González. A Princesa de Astúrias chegou à localidade riojana por volta do meio-dia em um helicóptero e foi recebida pelo presidente de La Rioja e outras autoridades que a acompanharam ao interior do mosteiro de Yuso.

O seminário, organizado pela Fundação San Millán de la Cogolla e FUNDEU-BBVA, se prolongou ao longo de três dias nos quais expertos lingüistas, filólogos, roteiristas, escritores e periodistas dissertaram sobre a linguagem dos jovens. Entre os participantes das jornadas se encontravam o diretor da Real Academia, Víctor García de la Concha; dos presidentes de BBVA, Francisco González, e da Agencia EFE, Alex Grijelmo; do diretor geral da agência de notícias mexicana Notimex, Sergio Uzeta; e do diretor geral de Fundeu BBVA, Joaquín Muller. A Fundéu de México, apresentada faz um ano na Feira do Livro de Guadalajara, surge como a primeira de uma série de fundações dedicadas a proteger a língua espanhola e difundir seu uso correto no mundo.

Princesa e periodista

Dona Letícia explicou que "todos somos responsáveis pelo idioma porque nos comunicamos com ele e é nosso principal elemento de atuação cultural". Em seu discurso, a Princesa de Astúrias ressaltou que "cerca de 500 milhões de pessoas partilham esta língua, portanto nunca será demais estudá-la".

Nesse sentido, explicou que "nos próximos dias um grupo de expertos nos ajudará a compreender algo tão simples e tão imenso como é a forma de comunicar-nos melhor. Neste caso, vai se refletir sobre como os mais jovens usam esta língua". De sua parte, o diretor da Real Academia Espanhola, Victor García de la Concha, disse que uma civilização avassaladoramente audiovisual está empobrecendo a capacidade de expressão. "Uma língua, acrescentou, é o que seus falantes fizeram dela e, portanto, o tema que abordará o seminário, o espanhol dos jovens, é fundamental".

O presidente de La Rioja, Pedro Sanz, indicou que este seminário tornará possível uma vez mais que esta comunidade "seja ponto de referência dos estudos de nossa língua". Nesta linha, recordou que "sua majestade, o Rei, apontou em muitas ocasiões que é o elemento cultural mais importante que temos". Por isso, garantiu que a Fundação San Millán "fará tudo o que estiver ao seu alcance para que o espanhol tenha a projeção mundial que lhe corresponde".

Origem da língua

Faz mais ou menos mil anos, um monge de San Millán se deparou com um códice escrito em latim, e foi tomando notas para compreender a gramática e seu conteúdo semântico, o que não era mais que um dos tantos exercícios habituais do Trivium. Essas notas são as Glosas Emilianenses, o primeiro texto conhecido escrito em castelhano.

Esta "tradução caseira" está redigida na fala do povo, em romance, e é considerada a primeira página da literatura espanhola. Na margem direita do folio 72r do códice Emilianense 60 lemos esta doxologia, que em parte é tradução do latim e em parte coligido pelo glosador. É interessante que neste mesmo Códice, como em outras páginas, se recolhem também duas anotações, feitas pelo mesmo monge, na língua vasca. Trata-se do mais antigo testemunho escrito conservado da mencionada língua.

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