Presente

O filme “Santo Agostinho” recebe os elogios do Papa e da crítica cinematográfica

Ao Papa foi apresentado em Castelgandolfo e a sensação foi positiva. Não há dúvida de que para os entendidos na vida de santo Agostinho algumas sequências e personagens chamam a atenção pela falta de rigor histórico; embora seja compreensível que tenham sido sacrificados em vista ao entretenimento e ao espetáculo que requer o meio audiovisual. Os estudiosos e especialistas em Agostinologia manifestaram sua surpresa ante a postura do santo que rejeita a seu pai; também destacaram que são excessivos os fortes contrastes entre suas atitudes positivas e negativas no tocante a sua mãe Mônica e ao bispo Ambrósio. Por outro lado, a figura da mãe de Adeodato, filho de Agostinho, é apresentada sob uma ótica bem humana.

A imprensa

L’Osservatore Romano é também positivo em suas apreciações. Mesmo constatando que no filme há detalhes que fogem da realidade histórica, diz o seguinte: “O homem justo no momento justo”. No artigo se pode ler, entre outras coisas: “Agostinho aparece nesta reconstrução mais como político que como teólogo, mais como homem que como sacerdote”.

El Corriere della Sera, por sua vez que fala do filme, aproveita para divulgar a coleção com as obras de Santo Agostinho publicada pela editora Città Nuova e compara-a com a Biblioteca de Autores Cristianos (BAC) de Espanha. O título de sua crônica diz: “Agostinho, santo da idade global”. O jornal vespertino disse que o Papa a definiu como “uma grande representação da vida do santo, ainda que destacando a distância entre a viagem espiritual de santo Agostinho e nossos dias”.

O diário La Repubblica é o que mais espaço dedica à estréia. Duas páginas em colores com dois longos artigos e diversas fotos de santo Agostinho e do filme. E titula: “Agostinho, uma vida de romance, ou melhor, de ficção”. Dentre as frases destacamos a seguinte: “O autor das Confissões, com uma juventude dedicada aos amores, vinho e outros excessos, é uma figura impressionante. E, com suas contradições é, talvez, o padre da Igreja mais próximo à nossa sensibilidade”. O começo de outro dos artigos explica: “Uma ficção é uma ficção. E pode tocar um ou outro extremo da invenção: levar para casa um Agostinho inventado, porém pleno de ações e emoções, como corresponde a uma ficção fascinante, ou um Agostinho somente possível, contudo mais verossímil que um retrato de verdade… Mesmo tendo vivido há más de mil anos pode ajudar-nos a resolver nossas dúvidas de hoje”. Apóia a informação com uma entrevista ao ator principal, Alessandro Preziosi, em que ressalta seu testemunho pessoal: “Eu, de jovem pervertido a convertido”. E afirma como aquela sociedade do Império recorda em certo modo à atual.

Ficha técnica

Franco Nero da vida ao santo em seus últimos anos, enquanto que Alessandro Preziosi o encarna em sua etapa juvenil, incluindo seus amoricos com uma jovem (Khalida) interpretada pela atriz Serena Rossi. Mônica Guerritore interpreta santa Mônica, mãe do santo e patrona de todas as mães sofredoras. O bispo santo Ambrósio, homem de caráter e mestre de Agostinho, é o personagem interpretado por Andrea Giordana, e Macrobius, um orador pagão, adquire vida na pele de Vincent Riotta.

O filme foi realizado por Lux Vide/ Rai Fiction, Bayerischer Rundfunk/Tellux Film, Eos Entertainment Rai Trade e Grupa Filmanova Baltmedia e dirigida por Christian Duguay.

X