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As agostinianas descalças se preparam para a grande festa em memória da beata Inês de Benigánim

Josefa Teresa – assim era seu nome de batismo (Benigánim, Valência, Espanha, 9 janeiro de 1625 – 21 de janeiro de 1696)- nasceu no seio de uma família de modesta condição. Ainda era uma menina quando ficou órfã de pai. Dia 25 de outubro de 1643, após várias dificuldades, logrou ingressar como irmã de obediência no mosteiro de agostinianas descalças de seu povo natal, tomando o nome de Josefa Maria de Santa Inês.

Segundo conta Jéssica Sánchez no diário “As Províncias”, a localidade de Benigánim (Valência, Espanha) se prepara para viver a festa em honra à Beata Inês, dia 21 de janeiro, com uma grande procissão. Mas as celebrações se iniciaram com uma solene novena dirigida pelo agostiniano recoleto Santiago Marcilha.

Estas celebrações são mantidas principalmente pela Irmandade Inesiana que está constituída por 1.535 membros, vizinhos dos quatro setores nos quais está dividido o povoado, cada ano se elege por sorteio qual será a comissão encarregada de organizar a festa.

Sexta-feira (14/01) é a jornada dedicada aos enfermos. Pela tarde, depois da unção dos enfermos, se realizará uma merenda para todos os assistentes na igreja l'Ortisa. A novena estará animada pelos meninos e meninas. E no domingo (16) os novos membros da Irmandade Inesiana receberão o escapulário.

Uma monumental fogueira será acesa na noite de quinta-feira (20), um ato simbólico animado por uma banda de música que interpretará temas populares em honra à Beata Inês.

Enquanto o público desfruta das cálidas chamas, também degustará produtos locais, como o amendoim, vinho e doces. A pirotecnia oferecerá um espetáculo inesquecível. No dia da festa, os vizinhos estarão ultimando os detalhes para que tudo saia bem. Pela manhã se visitará a comunidade das Agostinianas Descalças e às oito e meia da noite, a Sociedade Instrutiva Musical de Benigánim, com todos os que quiserem, protagonizarão um desfile que percorrerá todas as regiões do município.

Arcebispo de Valência

E por fim chega o dia tão esperado: sexta-feira, 21 de janeiro. Dia da festa, cujo ato central é a procissão que parte às cinco da tarde. Na madrugada tem lugar a 'alvorada', um dos eventos mais antigos, onde as pessoas cantam pelas ruas canções populares dedicadas à patrona.



A missa mais concorrida é celebrada às onze da manhã na praça da Beata Inês.
A missa mais concorrida é celebrada às onze da manhã na praça da Beata Inês. Imagina-se que serão muitos os devotos a assistirem a esta eucaristia que, este ano, estará presidida pelo Arcebispo de Valência, Carlos Osoro.

Uma das principais características da procissão é a grande presença de devotos, todos eles vindos de diversos pontos da Comunidade Valenciana. Cabe destacar que o número de fiéis que assistem a ela supera notavelmente ao de habitantes da localidade. Cada ano os vizinhos das ruas por onde vai passar a procissão, celebram o ato como um grande acontecimento, enfeitando suas ruas com flores e decorando-as de forma especial para a passagem da imagem.

Durante meses, os cidadãos elaboram de forma artesanal grinaldas, arranjos de flores e muitos outros elementos, que ficam expostos durante todo o dia para ser apreciado pelos fiéis, enquanto chega a hora da procissão.

É um ato que destaca por seu interesse artístico e cultural, já que se estabeleceu sete diferentes percursos com o objetivo de que a imagem da Beata Inês percorra a maior parte do povoado.

Teatro

As passagens da vida e dos milagres da Beata Inês também ilustram o percurso processional. Deste modo, 'Els Miracles' (Os Milagres) consistem em diferentes representações encenadas pelos próprios vizinhos, que permanecem durante todo seu transcurso de forma estática. «É uma maravilha», assim o define uma vizinha que se emociona quando recria em sua mente as cenas que cada ano observa em 'Els Miracles'.

Estas representações constam também de decorações que simulam casas e seus aposentos próprios do século XVII. E espelham os costumes e tradições de Benigánim, sua gastronomia, e se manifesta o modo de vida local, sua agricultura e seu artesanato. Nesse dia, todos os cidadãos realizam um grande desfile para render homenagem a sua patrona. Uma autêntica manifestação de religiosidade, arte e devoção.

A origem desta celebração se remonta a finais dos anos 40 e desde então é uma festa muito querida pelo povo. Foi no dia 21 de janeiro de 1955, quando chegava a Benigánim a Imagem da Beata Inês procedente de Valência, obra do escultor Carmelo Vicent, que a procissão recupera todo seu esplendor.

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