O chanceler panamenho Roberto Henríquez garantia, em declarações à agência EFE, que o Executivo está aberto a um diálogo com os indígenas -liderados pela cacique Silvia Carrera e pelo dirigente Rogelio Montezuma- e propõe que o mediador seja o presidente da Conferência Episcopal Panamenha, o agostiniano recoleto José Luis Lacunza. No entanto, esclareceu que não pode comunicar-se com o bispo porque este permanece na área do conflito, cerca de 400 quilômetros a oeste da capital panamenha, onde, por razões de “segurança de Estado”, a telefonia móvel se encontra suspensa desde há alguns dias por ordem do Governo.
O presidente da Coordenadoria pela Defesa dos Recursos Naturais e Direitos do Povo Ngäbe Buglé, Rogelio Montezuma, pediu o fim da “repressão e perseguição” a que, segundo ele, as autoridades submetem os membros da Coordenadoria, e também a liberação “imediata” de todos os detidos durante choques entre indígenas e a polícia.
Embora os protestos tenham sido fragmentados por diferentes partes do país, o chanceler Henríquez advertiu que o Governo “de nenhuma maneira” vai tolerar que voltem a bloquear as vias de comunicação, como ocorreu durante seis dias entre São Félix, na província de Chiriquí, e Viguí, na província de Veraguas.