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Os agostinianos recoletos cedem a “Fazenda do Centro” para um projeto ambiental

O Instituto Frei Manuel Simón (IFMS) foi criado em 2005 tomando o nome de um dos agostinianos recoletos que passaram pela cidade de Castelo, no Estado do Espírito Santo, ao Sul do Brasil. Este Instituto aglutina iniciativas públicas e privadas para a restauração do patrimônio arquitetônico, histórico e cultural.

Dia 28 de agosto de 2009 foi inaugurada a renovada capela de Santo Tomás de Vilanova, anexa ao Casarão. Desde então continuaram as obras de remodelação tanto no entorno e acessos como nos espaços interiores e no mobiliário. A próxima inauguração, que ainda será anunciada, surpreenderá ao visitante, entre outras coisas, com projetos tão atrativos e coerentes como o do horto de plantas medicinais, um viveiro de essências nativas, a farmácia fitoterápica, o memorial de etnias ou o programa Cama e Café (pousada), entre outros.

A conhecida como Fazenda do Centro, é atualmente uma fazenda agropecuária pertencente aos agostinianos recoletos, que também tem ali uma casa de descanso. Está situada em região montanhosa a uns 11 quilômetros da cidade de Castelo.

O centro da Fazenda -e sua atração principal- é o casarão de pedra e argamassa, com vinte quartos, que ocupa 1.800 metros quadrados. Foi erguido no mesmo ano em que se constituiu a Fazenda, em 1845, e desde 1989 está considerada patrimônio histórico-cultural do município. Entre 1952 e 1989 serviu de casa de formação da Ordem dos Agostinianos Recoletos no Brasil.

Cooperativa

A Fazenda foi fundada em 1845 por Antonio Vieira Machado da Cunha, um dos pioneiros da produção cafeeira nesta região. Antônio chegou a ter cerca de 600 escravos. A Fazenda era então um autêntico povoado, com suas vivendas, armazéns, moinho, capela, beneficiamento tanto de café como de arroz etc.

A abolição da escravatura no Brasil, em 1888, significou o desmoronamento da Fazenda, que foi posta a venda e passou por varias mãos até ficar abandonada. Em 1909 os agostinianos recoletos a adquiriram, em sociedade com um grupo de imigrantes italianos. Com ela se realizou, no ano seguinte, o que se considera a primeira reforma agrária do Estado do Espírito Santo – segundo outros, a primeira de toda América Latina . Foram feitos lotes de terreno que foram divididos entre imigrantes. Na Fazenda chegaram a ser assentadas mais de 300 famílias que, em regime de cooperativa, se dedicaram ao cultivo de café, cana de açúcar e milho.

A Fazenda chegou a converter-se no centro econômico e social mais importante da região, assim como em um importante centro de evangelização, pois em torno a ela existiram até 12 capelas administradas pelos agostinianos recoletos. Aqui trabalharam religiosos que ficaram na memória coletiva, como frei Manuel Simón, o fundador, ou o beato José Rada.

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