O documentário, de meia hora de duração, será exibido com o título: “Don Jose: marcado para morir”, no domingo 14 de outubro às 11h30 em La2 de TVE. Messe mesmo domingo se poderá ver pelo canal internacional de TVE em diferentes horários, dependendo de cada país, e através de RTVE.ES ao mesmo tempo em que é transmitido na Espanha. O programa será retransmitido sexta-feira, 19 de outubro, as 09h00 horas da Espanha em La2 e estará disponível na internet a partir de segunda-feira, 15 de outubro para ser visualizado a qualquer hora e em qualquer lugar que tenha conexão a internet.
Azcona está marcado para morrer por denunciar a exploração sexual de mulheres e crianças em Marajó, um arquipélago formado por mais de 3.000 ilhas na gigantesca desembocadura do Amazonas. Como ele, outros dois bispos do Pará também estão na mira das máfias neste estado brasileiro.
Juízes, policiais e políticos corruptos
Dom Azcona fez sua declaração na comissão parlamentar de Brasília para investigar o tráfico de pessoas. Ante os deputados falou sobre a exploração de menores em sua igreja marajoara. Azcona, da Ordem dos Agostinianos Recoletos, acusou diretamente alguns juízes, policiais e políticos com nome e sobrenome.
A atuação de Dom Azcona em favor dos direitos humanos têm uma longa história. O Congresso dos Deputados de Brasília recebeu longos informes assinados pelo bispo. Neles denuncia desde a situação dos cárceres até as mortes produzidas em sua prelazia por uma enfermidade desconhecida, sem que as autoridades sanitárias tomem nenhuma medida. O bispo chegou a denunciar a um juiz por sua suposta participação em festas onde promoviam o sexo com menores. O tráfico de mulheres foi um dos fenômenos que mais problemas trouxe à sociedade local. A Igreja tem atuado neste caso pondo-se à frente das investigações e denúncias. Por último, Azcona também prestou declaração na Comissão Parlamentar de Investigação sobre o tráfico ilegal de animais e plantas autóctones.
Proteção policial
Durante la grabación A Conferência Episcopal Brasileira apóia incondicionalmente aos três pastores marcados para morrer. Em uma das notas tornadas públicas em conjunto pelos bispos brasileiros se avisa aos mafiosos de que “qualquer agressão contra eles atenta contra todos os bispos e contra o povo ao qual servem com zelo e coragem”. Cada vez que os bispos do Brasil se reúnem em assembleia geral, os três que estão marcados para morrer recebem proteção policial. Na última reunião celebrada em Aparecida, no estado de São Paulo, os três bispos do Pará foram constantemente vigiados. Durante as dez jornadas que durou a assembleia, cinco agentes de segurança impostos pelo governo federal se revezaram dia e noite para salvaguardar os bispos marcados para morrer.
Cabeça a prêmio Dia 26 de fevereiro de 2008 veio à luz uma conversa telefônica gravada pela policia, na qual se estabelecia o preço pela cabeça de um deles: um milhão de reais, cerca de 375.000 euros pelo câmbio atual. Segundo o jornal “El Liberal”, a “lista de morte” no estado do Pará tem 100 nomes ligados com a defesa dos direitos humanos. Todos fazem parte de um Programa Estatal de Proteção. As ameaças costumam ser feitas mediante chamadas telefônicas, cartas anônimas, correios eletrônicos e até em artigos de jornal.