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As Jornadas sobre as Constituições como caminho de renovação ficam clausuradas em Madri com uma chamada ao reforço da identidade e do testemunho perante a sociedade

Uma centena de membros da Família Agostiniano-Recoleta tem participado em Madri (Espanha) do 26 ao 28 de outubro nas Jornadas de Estudo “As Constituições, caminho de renovação”, organizadas pelo Secretariado Geral de Espiritualidade da Ordem dos Agostinianos Recoletos com motivo do centenário da proclamação dos Agostinianos Recoletos como Ordem religiosa após a publicação do Breve Religiosas Famílias pelo papa são Pio X no ano 1912.

As Jornadas tiveram como objetivo apresentar as Constituições da Ordem dos Agostinianos Recoletos como um caminho de renovação para os religiosos, e assim tem se feito desde diversas perspectivas. Todos os palestrantes tem sido membros das Família Agostiniano-Recoleta especialistas nos campos diversos que tem tratado.

A PERSPECTIVA HISTÓRICA

Na sexta feira 26 de outubro tratou-se a perspectiva histórica. Javier Ruiz centrou-se nas diferenças do novo texto das Constituições, que foram promulgadas aos 28 de agosto de 2011, frente ao anterior, sublinhando a adição de textos bíblicos, agostinianos e do novo magistério sobre a Vida Consagrada.

“Acho que as Constituições renovadas são o toque final do cumprimento das diretrizes do Concílio Vaticano II, 50 anos após sua celebração, que estabeleciam os critérios certos de renovação da vida religiosa, para aplicar elas nas Constituições”, indicou o palestrante, quem tem formado parte da equipe encarregada do processo de renovaçñao do texto constitucional.

Na comunicação “O Breve Religiosas Famílias: sua obtenção e história interna”, cujo autor foi o historiador agostiniano recoleto José Javier Lizarraga, ele explicou o processo interno de consecução do Breve que concedia aos Agostinianos Recoletos serem uma ordem religiosa diferente num momento histórico no qual a cúria pontifícia estava precisamente unindo ordens e congregações.

Ángel Martínez Cuesta, também historiador agostiniano recoleto, centrou sua intervenção “Recepção do Breve e incidência na vida da Ordem” num repasso dos textos e comentários que na época se deram entre os religiosos recoletos e também entre os membros da Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos). “Tudo aquilo se viu como um reconhecimento de uma coisa que já se vivia e existia na realidade fazia muito tempo”, indicou.

A PERSPECTIVA CANÔNICA

Haren Foto de grupo O sábado 27 de outubro, as Jornadas começaram com a comunicação de Ricardo Daniel Medina, agostiniano recoleto especialista em Direito Canônico, quem centrou a apresentação “As Constituições como pauta e motor de renovação” na vivência e espírito das novas leis recoletas, recentemente aprovadas, e a importância de fazé-las efetivas nas decisões tanto das instituições da Ordem como de cada um dos religiosos no meio de uma sociedade nova e diferente, secularizada e com múltiplas formas de ser. Por isso ele propus vários exemplos incisivos e propostas práticas que foram acolhidas com interesse pelos participantes.

A PERSPECTIVA FILOSÓFICA E SOCIOLÓGICA

Depois foi momento para o agostiniano recoleto Antônio Carron, quem ofereceu sua visão sobre a renovação pessoal desde uma perspectiva filosófica e sociológica. Apresentou o tipo de pessoa que convive hoje na sociedade para que o diálogo dos religiosos com o mundo contemporâneo seja efetivo desde o próprio perfil dos religiosos.

Entre as conclusões, muitas das tarefas que a Ordem e os religiosos estão chamados a fazer no mundo atual; recuperar a Santo Agostinho, recuperar a vida comum, ser testemunhas do recolhimento e pensamento, com uma linguagem apropriada para as gerações que hoje podem escutar ao religioso. “Temos que levar o hoje de nosso tempo ao hoje de Deus. A vida do agostiniano recoleto, para ser verdadeira, tem que questionar”, indicou na sua conclusão.

LA PERSPECTIVA TEOLÓGICA

Haren Durante la Eucaristía O agostiniano recoleto Enrique Gomez propus pela sua parte uma visão teológica com o foco na “Comunidade, crisol da renovação”. A vida de comunidade “é a experiência que autentifica a presença no mundo dos religiosos; a comunidade é para sermos felizes e plenificar nossa existência pela prática do amor. E nossa vida em comunidade tem de ser contra-cultural, alternativa, diferente, igualitária, fraterna, unida, eloquente para ser sal e luz”, indicou.

A PERSPECTIVA AGOSTINIANA

Enrique Eguiarte, agostiniano recoleto especialista em Santo Agostinho, lembrou na sua intervenção “Novidades agostinianas numas novas Constituições” os dados relativos às incorporações de citas agostinianas no texto constitucional revisado e atualizado. O texto que subjaz nas Constituições é o ensinamento de Santo Agostinho sobre a vida religiosa, pois nas menos de 300 páginas das Constituições ficam reunidas 488 citas agostinianas”, destacou.

A PERSPECTIVA LEIGA

O domingo 28 de outubro teve ocasião a última das palestras, da qual estava encarregada Rosi Castaño, membro da Fraternidade Leiga de Santa Mônica no México D.F. El tem sublinhado a importância da participação dos leigos em todas as ordens de trabalho da Igreja. “Porém não podemos negar o vazio e o deserto que existe em boa parte do mundo, são estes momentos especiais para descobrir o que é essencial para viver. E aí que os membros da Família Agostiniano Recoleto temos muito a dizer”, afirmou.

A palestrante tem proposto uma reafirmação da própria identidade e um testemunho direito perante as diferentes sociedades que há ao redor da Família Agostiniano-Recoleta no mundo. “Os leigos também queremos revitalizar a nossa missão específica que queremos assumir pau a pau com todos os que a conformam; e ansiamos receber uma formação permanente tão precisa para à missão de transmitirmos às pessoas de hoje nossa riqueza carismática”.

EUSÉBIO HERNÁNDEZ, BISPO: “AS CONSTITUIÇÕES SÃO O NOSSO JEITO DE LER O EVANGELHO”

Haren Durante uma sessão A eucaristia do domingo 28 de outubro foi presidida pelo agostiniano recoleto Eusébio Hernández, bispo de Tarazona (Saragoça), quem na sua homilia tem apresentado as Constituições como a continuação e atualização do sopro do Espírito Santo aos fundadores de cada instituto religioso.

“Nosso carisma, o jeito de ler o Evangelho que tiveram os primeiros agostinianos recoletos, fica hoje gravado nas Constituições, que além de nos fazer olhar para trás, para aquele primeiro impulso, nos colocam também no presente para continuarmos oferecendo testemunha com uma fé forte, firme, atrativa, acolhedora para a sociedade de hoje”, indicou.

O PRIOR GERAL CLAUSURA O ENCONTRO ANIMANDO À UNIÃO DE ESFORÇOS COM UM CHAMADO À REVITALIZAÇÃO PESSOAL

A clausura das jornadas tem estado presididas pelo prior geral da Ordem, Miguel Miró, quem tem realizado um discurso sincero, realista e significativo para os religiosos presentes. “Temos de descartar a competividade, os ferimentos herdados que não são mais nossos, tudo aquilo que impede o sentido de Ordem, para unir forças nesses momentos em que isto é absolutamente preciso em todas e cada uma das Províncias, para nos fazer juntos o que pedem as Constituições com largueza”.

O prior geral lembrou que “todo o que a Igreja pede nos hoje é viver com fidelidade e criatividade nosso carisma, que é da Igreja, pela Igreja e para a Igreja. E isso somente pode se fazer pela conversão e renovação”. Ele indicou que não é suficiente com um conhecimento teórico, mas que deve se fazer do texto constitucional vida, referência e critério de discernimento do apostolado”.

UMAS JORNADAS PARA O PESSOAL DE “DENTRO” COM O OLHAR NO PESSOAL DE “FORA”

Haren José Manuel Durán e novicios Nas jornadas tem participado o prior geral da Ordem, Miguel Miró, os priores provinciais das Províncias de São Nicolau de Tolentino, Santo Tomás de Vilanova, Nossa Senhora da Consolação e São Jose; os noviços do noviciado de Monteagudo (Navarra, Espanha), os formandos dos teologados de Las Rozas (Madri) e Monachil (Granada), religiosos de diversas comunidades de Espanha, Missionárias Agostinianas Recoletas das comunidades de Madri e membros da Fraternidade Leiga Agostiniano-Recoleta de Getafe (Madri) junto com a palestrante da Fraternidade Leiga de Santa Mônica de México D.F. Além disso, a ONG da Ordem, Haren Alde, esteve presente em todo momento durante as Jornadas e apresentou sua realidade aos participantes.

As Jornadas, celebradas de portas para dentro da Família Agostiniano-Recoleta, tiveram em todo momento um forte compromisso social. Ficou clara a necessidade de que a renovação e revitalização planejadas, a definição de um novo texto constitucional conforme às circunstancias atuais, tem um motivo: fazer da vida agostiniano recoleta um incentivo, um testemunho vivo, uma proposta de vivência de fé e uma mensagem significativa para o mundo de hoje.

COMPARTILHANDO AS MUITAS RIQUEZAS DA FAMÍLIA RECOLETA

Durante as Jornadas tem se dado a conhecer muitas publicações e novos materiais numa exposição na qual estavam também presentes os painéis realizados para celebração do centenário da Província de Santo Tomás de Vilanova e a exposição itinerante de Haren Alde “Vinte anos com você”.

Além disso, perante os participantes tem apresentado suas tarefas e realidade o noviciado de Monteagudo, os centros de estudo teológico de Las Rozas (Madri) e Monachil (Granada), as Missionárias Agostinanas Recoletas, a ONG da Ordem, Haren Alde; tem se presentado oficialmente a versão para tablets e dispositivos móveis das Constituições e da Litúrgia das Horas Agostiniana; a radionovela biográfica de Santo Agostinho realizada no México, a intranet da Ordem e o último CD “Agostinho íntimo” do cantor José Manuel González Durán, que apresentou ao vivo três de suas músicas.

Faça click aqui para ver alguns dos vídeos das palestras dessas Jornadas (em espanhol).

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