O autor, acadêmico da Instituição Tello Téllez de Meneses, notou que o livro ‘De camino a la Corte. Mariana de San José y la fundación de las Agustinas Recoletas de Palencia’ (A caminho da Corte. Mariana de São José e a fundação das Agostinianas Recoletas) tem sua origem na comemoração, há quatro anos, do quarto centenário da criação deste convento, por Mariana de São José.
Ainda que não tenham sido realizadas grandes obras, foi desenvolvida uma serie ações de reforma do convento. O governo regional deu a sua colaboração. Cabeza Rodríguez elogiou a figura da fundadora, uma salmantina de Alba de Tormes (1568- 1638) que foi conselheira de Felipe III e Mariana de Áustria, «muito respeitada na época», e manteve estreitos contatos com Santa Teresa de Jesus, acrescentou Cabeza. Frei Enrique Eguiarte Bendímez (OAR) é o autor do esboço espiritual de madre Mariana de São José, fundadora do ramo feminino dos agostinianos recoletos.
Cabeza destacou que este convento é o único da cidade de Palencia que se mantém no mesmo lugar. «A fundação se deu em um contexto bem difícil, e revela as circunstancias econômicas, sociais e eclesiásticas existentes no início do século XVII», declarou no jornal El Norte de Castilla.
O convento foi estabelecido no palácio de Francisco de Reinoso, próximo da catedral, no mesmo lugar onde Santa Teresa de Jesus quis fundar em Palencia, mas decidiu, por fim, fazê-lo na Rua São Bernardo. Francisco de Reinoso ocupou cargos bem relevantes com o papa Pio V na época em que residiu em Roma entre 1562 e 1572.
O Cristo Yacente, uma das obras mais famosas
Além do contexto histórico da fundação, o livro publicado no início de março na Diputación de Palencia mostra o rico patrimônio artístico das religiosas, que por primeira vez se reproduz em fotografias. Uma das peças mais importantes é o ‘Cristo Yacente’, mas se destaca também, segundo Rafael Martínez, a coleção de ourivesaria e quadros, como o retrato de Francisco de Reinoso, que Antonio Cabeza atribui ao pintor italiano Scipione Pulzone; o retrato de São Pio V, o da mesma fundadora ou o da venerável Petronila de San Lorenzo. Quanto à escultura, há uma excelente coleção de Meninos Jesus que podem ser vestidos. Entre as imagens curiosas oferecidas pela publicação há um retrato da Virgen de la Calle (Nossa Senhora da Rua) e o filtro subterrâneo para o abastecimento de água para as monjas e para a residência Reinoso.
A apresentação do livro correu a cargo do coordenador, Antonio Cabeza Rodríguez, da representante do departamento de Cultura, Carmen Fernández Caballero, e do novo diretor da instituição Tello Téllez de Meneses, Marcelino García Velasco.