Segundo as últimas estatísticas, o número de comunidades de agostinianos recoletos e o de paróquias administradas pela Ordem quase alcançam as mesmas cifras: as comunidades são 196 e as paróquias 184. O ministério paroquial, em suma, é majoritário, no qual trabalham 475 frades, quase a metade dos agostinianos recoletos do mundo. Quem o coordena e dinamiza no âmbito administrativo da Ordem é o Secretariado Geral de Apostolado Missionário e Ministerial.
Roma, 11-16 de maio
Os membros deste Secretariado, convocados por seu presidente, Jairo Gordillo, se reuniram na casa da Cúria Geral, em Roma, de 11 a 16 de maio. Era sua segunda reunião desde 2013. Nela se fez presente o prior geral, Miguel Miró, que em sua saudação agradeceu o empenho de tantos religiosos, e mostrou, ao mesmo tempo, a necessidade de revitalizar a vida pastoral da Ordem. “Há que se propor ao Capítulo geral, disse, um estilo de paróquia que nos defina como religiosos agostinianos recoletos”.
Três foram os temas em que se centrou a reflexão do Secretariado: a chamada paróquia in solidum, a transição de uma pastoral de conservação para uma pastoral de missão e nova evangelização e, em terceiro lugar, a importância e o cuidado da homilia. Para isso se contou com a colaboração de reconhecidos especialistas como o canonista Daniel Medina, agostiniano recoleto, e os professores Álvaro Granados e Sergio Tapia.
A paróquia recoleta, hoje
À luz dessa reflexão, se examinou com atenção o estado atual das paróquias da Ordem. Antes de tudo, os componentes do Secretariado admiraram o esforço de tantos religiosos dedicados à pastoral. Isto não impediu que, uma vez mais, se reconhecesse a necessidade de uma revitalização pessoal e comunitária. Sem ela é impossível que haja mudanças efetivas no atendimento aos ministérios.
O Secretariado também reconheceu as limitações de que padecem hoje em dia as paróquias e missões da Ordem. Salvo algumas exceções, mantêm uma pastoral sacramentalista e de conservação. Uma pastoral que não nasce da comunidade não manifesta com clareza a marca agostiniano-recoleta. Uma pastoral pouco preocupada pelos jovens e pouco dada a delegar responsabilidades aos leigos. Uma pastoral, enfim, que peca de “autorreferencialidade”, por empregar o termo que o papa Francisco gosta de usar.
Longe de serem pessimistas, os participantes da reunião se propuseram como um desafio o rompimento dos velhos moldes e construir efetivamente uma paróquia evangelizadora e missionária.
Para o futuro
Sentindo-se interpelados pelo apelo do papa Francisco aos religiosos para que se despertem ao mundo, o Secretariado geral adotou uns compromissos que se deve ir pondo em execução em vista ao Capítulo Geral. Pede que se faça funcionar em todas as paróquias o Conselho de pastoral paroquial e que, junto com ele, o pároco elabore um Projeto de pastoral paroquial.
Também se estabelece a programação de um tempo de formação dos religiosos em torno à figura do pároco in solidum. E se pede com insistência aos superiores competentes a que, na medida do possível, implantem em alguma paróquia este modo de administração.
Outros compromissos eram de ordem mais administrativa, nem por isso de menor importância. Coloca-se em execução, por exemplo, um arquivo pormenorizado de todas as paróquias da Ordem. E, enfim, o Secretariado geral se compromete em data fixa a prover as paróquias de vários subsídios de pastoral, tanto genérica quanto especificamente agostiniano-recoleta.