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O convento de San Millán de la Cogolla foi escolhido pela UNESCO como exemplo de interesse religioso mundial

Entre os dias 16 e 19 de fevereiro aconteceu em Paris o primeiro encontro consultivo de caráter temático com o tema em gestão sustentável dos bens incluídos na Lista de Patrimônio Mundial que possuem valores de interesse religioso como ponto central. Como representantes de San Millán de La Cogolla neste encontro estavam o diretor geral de Cultural e Turismo de La Rioja, Eduardo Rodríguez Osés e a coordenadora geral da Fundação San Millán de La Cogolla, Almudena Martínez.

O objetivo desse primeiro encontro, acontecido em Paris, foi o de escolher uma série de exemplos representativos para a preparação de um estudo mais amplo, onde tais experiências possam servir de orientação de guia na gestão destes lugares. Os exemplos escolhidos da Espanha foram os Monastérios de San Millán de la Cogolla e a Catedral de Sevilla.

Além do mais, este estudo temático está centrado nesta categoria para melhorar o entendimento da natureza destes lugares nos quais seu valor patrimonial coexiste com seu uso religioso.

Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO

Dentro da Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, aproximadamente 20% destes bens são de interesse religioso ou espiritual de numerosas culturas e tradições de todo o mundo. Nesta lista aparecem os Monastérios de Suso e Yuso de San Millán de la Cogolla, que há 137 anos estão assistidos espiritualmente pela Ordem dos Agostinianos Recoletos.

A presença da OAR em San Millán de la Cogolla

A dezena de frades Agostinianos Recoletos que integram ordinariamente a comunidade do Monásterio de Yuso, vinham trabalhando durante anos na manutenção, restauração e divulgação dos monastérios cuidando da proteção de sua dimensão espiritual e mantendo, ao mesmo tempo, da vida espiritual do Monastério de Yuso, tanto quanto sede da Ordem, como em sua qualidade de paróquia do povo de San Millán de la Cogolla.

A presença da Ordem na região, não se reduz somente à assistência nos monastérios. Vários dos frades, além disso, são párocos em diferentes localidades da região e assistem espiritualmente às pessoas que vivem no Valle de San Millán. Esta presença é fundamental para manter a identidade espiritual das povoações da região e para conservar o patrimônio imaterial gerado a partir dela, que se expressa na celebração das festas locais com destacado valor cultural, identitario e espiritual como a Festa da Traslação, Festividade de San Millan, de Santa Gertrudes, Santa Rita, Santo Agostinho, São Isidro, Romaria do Santo e a Roma a Valvanera.

Atualmente, nos mosteiros de Suso e Yuso de San Millán de La Cogolla há uma oferta cultural capaz de sustentar as aspirações do visitante onde o mesmo se sente interpelado por uma forma de vida a fluir da história ao deixar pegadas e que continua, ainda hoje, sugerindo caminhos novos de reflexão e bem-estar na perspectiva da fé.

Segundo frei Pedro Merino, agostiniano recoleto e prior de San Millán, “a dificuldade da missão pastoral se dá na hora de proporcionar a fé aos visitantes do mosteiro, alheios, com frequência, à dimensão religiosa. Estes visitantes deparam-se no mosteiro com quase tudo tem sentido a partir da vida do eremita San Millán e do círculo de companheiros que viveram com ele em Suso”.

Enquanto aos desafios e esperanças para os Mosteiros, frei Pedro Merino destaca que para 2016 querem que a oferta “seja a mais clara e inspiradora possível, para despertar e avivar no visitante o sentido do transcendente e religioso”. Como exemplo estão as visitas noturnas iniciadas como novidade nos três últimos anos, com um formato mais interativo, com o qual se pretende que o visitante não se contente em recorrer passivamente os espaços e ver a arte, a pintura ou a arquitetura, mas seja surpreendido pelo silêncio, pela musica e envolvido num clima de mistério e de fé, sinta-se convidado a refletir sobre sua vida.

 

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