O Advento é um período que nos convida a refletir profundamente sobre a vinda de Cristo, a afastar a indiferença e a preparar nosso coração para recebê-lo com alegria. As palavras de Santo Agostinho, cheias de força e atemporalidade, nos desafiam diretamente:
“Acorde, homem: por você Deus se fez homem. Desperte, você que está dormindo, levante-se dos mortos, e Cristo o iluminará. Por você, repito, Deus se fez homem”. (Sermão 185, 1).
Esse alerta nos faz lembrar que o Natal não é apenas uma tradição anual ou um simples evento histórico, mas um encontro profundo e transformador com o mistério de Deus que assume nossa humanidade para nos salvar.
Na mesma linha, o Papa Francisco nos exorta a viver o Advento como um tempo de conscientização e renovação espiritual:
“O Advento é um tempo para reconhecer as lacunas que precisamos preencher em nossa vida, para pavimentar os caminhos que nos levam a Ele. É um tempo para fazermos uma pausa, ficarmos em silêncio e nos perguntarmos como e para quem estamos vivendo nossa vida.” (Homilia, 2 de dezembro de 2018).
Espera ativa: um compromisso com a esperança
Espera ativa: um compromisso com a esperança Santo Agostinho insiste na necessidade de estarmos atentos, vigilantes e sempre concentrados em Cristo, que é a fonte de nossa esperança e guia em nossa jornada. Essa mensagem encontra um eco profundo nas palavras de Bento XVI, que em sua encíclica Spe Salvi enfatiza:
“A fé não é apenas um olhar para trás, algo que já aconteceu, mas, acima de tudo, um olhar para frente, uma certeza daquilo que esperamos” (Spe Salvi, 2). (Spe Salvi, 2).
O Advento, portanto, não deve ser vivido como um período de passividade, mas como um tempo de espera ativa, repleto de gestos concretos que refletem nossa conversão pessoal e comunitária. Esse espírito de preparação se traduz em obras de amor, caridade e justiça que não apenas transformam nosso interior, mas também o ambiente em que vivemos, tornando-o mais digno de receber Cristo.
Cristo, a luz que dissipa as trevas
Em meio às dificuldades e às sombras que muitas vezes nos envolvem, Santo Agostinho nos lembra que Cristo é a luz que dá sentido e direção à nossa vida. De maneira semelhante, o Papa Francisco ressalta:
“Jesus vem para nos trazer a misericórdia do Pai, para nos mostrar o rosto do amor que vence as trevas e dá a verdadeira paz”. (Homilia, 27 de novembro de 2016).
Neste Advento, respondamos ao convite de Agostinho: despertemos da escuridão da apatia, levantemo-nos com esperança e deixemos que a luz de Cristo ilumine cada canto de nosso ser. Em comunidade, façamos deste tempo uma oportunidade de renovar nossa fé, fortalecer nossa esperança e agir com um amor mais comprometido com Deus e com os outros. Que este Advento seja uma jornada de transformação interior e compromisso renovado com o amor de Deus, para que, no Natal, possamos encontrar no Menino de Belém não apenas uma luz na escuridão, mas também uma fonte de paz, alegria e salvação.