Cerca de 4.000 pessoas se reuniram neste domingo para a IXX edição da Carrera Popular Memorial Padre Marcelino, um dia que transformou as ruas de Granada em um autêntico clamor de esporte e solidariedade. O evento, organizado pelo Club Polideportivo Agustinos del Colegio Santo Tomás de Villanueva, mais uma vez se consolidou como um dos eventos mais esperados do calendário de Granada, unindo famílias, atletas e vizinhos em torno dos valores do esporte, da memória e da solidariedade.
Com inscrições esgotadas desde meados de fevereiro, o evento bateu recordes de participação. Somente no circuito de 10 km, aprovado pela Real Federação Espanhola de Atletismo, 2.400 corredores competiram, 800 a mais do que na última edição. Ao longo do dia, foram realizadas sete corridas no total, com 52 categorias diferentes, desde os corredores mais jovens na cativante corrida “Chupetín”, de apenas 350 metros, até os atletas de elite na categoria absoluta.
Mas esta não é apenas uma corrida. É uma homenagem. Cada passo do percurso recorda a figura do padre Marcelino Álvarez, religioso agostiniano recoleto que dedicou sua vida a promover o esporte como uma escola de valores em Granada. ” Hoje a cidade se torna agostiniana para homenagear um homem que entendeu que o esporte também era uma forma de construir comunidade”, disse o padre José Mª Sánchez**, diretor do colégio organizador.
“Ver milhares de famílias, crianças, jovens e idosos correndo juntos por uma causa nobre é o melhor legado que poderíamos imaginar”.
Este ano, além disso, a dimensão da solidariedade se tornou ainda mais importante. O valor total do Dorsal Zero e a contribuição solidária das inscrições serão destinados à construção de seis novas salas de aula do ensino fundamental na escola rural de Bamoi (Serra Leoa), através de ARCORES, a rede internacional de solidariedade da família agostiniana recoleta. A iniciativa busca oferecer um ambiente educativo digno a mais de 600 crianças que atualmente estudam em condições muito precárias.
“O esporte e a solidariedade andam de mãos dadas nessa corrida”, disse Antonio
Mir, presidente do Club Polideportivo Agustinos.
“Cada passo que damos aqui em Granada hoje se torna esperança para uma criança em Bamoi. Esse é o verdadeiro objetivo que queremos alcançar juntos.
Antonio Carrón, conselheiro geral da Ordem e um dos promotores originais da corrida, também estava presente. Animado por ver como a iniciativa cresceu desde o início, ele disse: “Essa corrida nasceu como um pequeno gesto de comunidade e hoje é uma torrente de vida. É uma alegria imensa correr novamente tantos anos depois e ver como ela continua a crescer. O padre
Marcellin ficaria orgulhoso”. O Prior Provincial da Província de Santo Tomás de Vilanova, Pe. Javier Tello, que estava na cidade por ocasião da visita de renovação às comunidades da Espanha, também estava presente.
Além da causa em Serra Leoa, a organização mantém seu compromisso 
com o local: para cada corredor que cruzar a linha de chegada no percurso de 10 km, 1 euro será doado ao Banco de Alimentos de Granada, reafirmando o espírito de uma corrida que é muito mais do que uma competição: é uma celebração familiar, um evento de solidariedade e um testemunho de valores.
O Conselheiro de Esportes da Prefeitura de Granada, Jorge Iglesias, que esteve presente na largada junto com outros representantes municipais, destacou “a consolidação dessa corrida como uma referência no calendário esportivo e de solidariedade da cidade”.
Enquanto a música, os aplausos e os sorrisos enchiam o pátio da escola Santo Tomás de Villanueva, muitos já estavam pensando na próxima edição. Como disse um dos jovens participantes depois de receber sua medalha: “Eu também quero correr novamente pelo Padre Marcelino. Porque aqui todos nós ganhamos.
