Em 4 de outubro, o Papa Francisco publicou uma Exortação Apostólica intitulada Laudate Deum. Nela, o Pontífice convida o mundo a se unir e viver um caminho de reconciliação, buscando embelezar nosso ambiente com a contribuição de cada um dos habitantes da Terra; vivendo os valores de nossa fé e enfatizando a importância da dignidade da pessoa.
Oito anos após a publicação da Laudato Si, o papa mais uma vez proporcionou à Igreja uma reflexão sobre a ecologia integral e o cuidado com a nossa casa comum. Nessa reflexão, Sua Santidade dá uma olhada nos principais marcos e desafios da atualidade e lembra que a questão da crise ambiental está intimamente relacionada à dignidade humana.
Francisco conclama a sociedade a se interessar mais pelo cuidado com a criação e nos lembra que esse problema social faz parte da lógica das estruturas do pecado. Compartilhamos com você alguns destaques da Laudato Deum (LD).
“Tudo está conectado, ninguém se salva sozinho” LD 19.
Vivemos em um mundo que é comunhão, o homem tem que estar ciente de que a origem da mudança climática é um evento causado pelo homem, portanto, o Papa enfatiza a ideia de que temos uma responsabilidade compartilhada no cuidado de nossa casa comum.
“Inteligência Artificial” LD 21.
Esse é o primeiro documento de um Papa que fala sobre IA. Lembre-se de que essas tecnologias partem de uma ideia de supremacia do ser humano, que o faz pensar que ele não tem limites e pode fazer o que quiser. Ele nos lembra que isso, sem cuidado, pode ser prejudicial ao homem.
O Papa levanta a voz e pede ao mundo que garanta que essas tecnologias sejam a favor do homem e não sirvam para aumentar a distância entre ricos e pobres. Ele também pede uma conversão na concepção de poder, convidando os cristãos a se fazerem a seguinte pergunta: “qual é o sentido da minha vida, qual é o sentido do meu tempo nesta terra, qual é o sentido do meu trabalho e do meu esforço?” LD 33.
“A fé autêntica transforma toda a vida” LD 61.
O Papa Francisco lembra aos cristãos que “a fé autêntica não só dá força ao coração humano, mas transforma toda a vida, transfigura os objetivos, ilumina o relacionamento com os outros e os laços com toda a criação”. LD 61.
Ele nos convida a voltar ao início da criação, a lembrar que Deus criou o mundo e olhou para toda a sua obra e viu que era muito boa (cf. Gn 1:31). Ele lembrou que o cuidado com esta terra, que é um dom de Deus, é o trabalho de todos nós que habitamos a casa comum.
“Antropocentrismo situado” LD 67.
Com esse termo, o Papa lembrou que na tradição judaico-cristã é defendido o valor peculiar e central do homem entre todos os seres, mas que todos fazemos parte de uma família universal que deve viver com um respeito sagrado, amoroso e humilde pela criação e por aqueles que a habitam.
O homem deve viver um caminho de reconciliação com o mundo que nos abriga, deve se esforçar para embelezá-lo e contribuir para a sociedade com tudo o que estiver ao seu alcance para melhorar nosso ambiente. Como sociedade, precisamos buscar uma mudança cultural para que possamos salvar nosso mundo.
A Exortação Apostólica termina com um apelo para que as pessoas louvem o Senhor, pois devemos sempre nos lembrar de que vivemos na casa que Deus criou para nós, uma casa que foi criada por Amor infinito, como não podemos cuidar de um presente tão grande?