O Sínodo das Juventudes Agostinianas Recoletas celebrado em julho passado em Salamanca (Espanha) foi um momento de encontro, um espaço do Espírito onde os jovens e religiosos sinodais puderam falar e expressar seus desejos e inquietudes sobre o movimento das Juventudes Agostinianas Recoletas.
Desta experiência sinodal nasceram dois documentos que são o roteiro que acompanhará a caminhada das Juventudes Agostinianas Recoletas nos próximos anos. Por um lado, a Mensagem final; por outro, as propostas derivadas da reflexão e do discernimento. A seguir as apresentamos:
Identidade e vocação
1.1. Dada a evidente perda do fogo do encontro com Cristo e da alegria de segui-lo, é necessário fortalecer em todos os jovens agostinianos recoletos a vocação ao discipulado missionário comunitário, mediante a vivência do carisma que os impulsiona a testemunhar o acontecimento de Jesus, porque a perseverança dá lugar ao amadurecimento na identidade de Cristo.
1.2. Dado que temos dificuldade em reconhecer nossa própria identidade, é necessário que os sinais distintivos sejam revisados, para que tenham um matiz mais profundo e agostiniano, onde se reflita o perfil do jovem, porque este é um meio de reconhecer o carisma agostiniano recoleto.
1.3. Dado que a juventude é a idade da tomada de decisões que dá uma forma determinante à existência, é necessário que a JAR seja um meio para que os jovens descubram sua vocação; promover a cultura vocacional como um eixo transversal que integre os diferentes estados de vida.
1.4. Dado que o espírito agostiniano é parte fundamental do carisma, é necessário gerar e continuar promovendo encontros que fortaleçam o aspecto fraterno e comunitário, porque esta é nossa forma particular de viver o Evangelho: em comunidade de irmãos, já que necessitamos dos outros para sermos nós mesmos.
1.5. Dada a diversidade de logotipos, bandeiras, cores e designs, é necessário criar uma identidade comum por meio de um manual de identidade, pois estamos convencidos de que tudo isso ajuda a fortalecer nossa identidade.
Carisma e espiritualidade
2.1. Dado que nossa oração não é outra coisa que devolver a Deus tanto amor derramado em nossos corações, é necessário promover e dar a conhecer recursos que ajudem os jovens a viver sua vida interior e espiritual de forma mais autêntica através da criatividade na aplicação dos métodos de oração comunitária (por exemplo, oficinas de oração agostiniana), porque graças à oração fortalecemos um diálogo de amizade com o Senhor e nos acendemos em seu amor.
2.2. Dado que fazemos parte da família agostiniano-recoleta, é necessário dar a conhecer o movimento e o itinerário das JAR nas paróquias e colégios para cumprir os números B.13 e B.14 do projeto de vida e missão da Ordem, porque é importante o protagonismo dos jovens na Igreja*.
2.3. Dado que em alguns lugares as estruturas não existem, é necessário criar, promover e consolidar a formação de conselhos nacionais e locais da JAR na Ordem, porque a organização do movimento nos ajuda a viver o carisma e o senso de pertença.
2.4. Dado que as JAR são nutridas pelas etapas da infância, é necessário consolidar as etapas de Tagaste, Madaura e Cartago, pois é importante ter conhecimento e senso de pertença ao carisma desde cedo.
* Cf. B13. Dar a conhecer o Itinerário JAR a nossos religiosos, leigos e professos em formação inicial…
B14. Fortalecer o movimento JAR onde já está presente e estabelecê-lo nas comunidades onde ainda não está implantado.
Treinamento e acompanhamento
3.1. Dado que a nossa formação não responde plenamente às realidades dos jovens, é necessário enriquecer o itinerário e as instruções à luz das necessidades atuais dos jovens, em um desenvolvimento sólido, profundo, denso, sábio, expresso na linguagem dos jovens como se manifesta no Kerigma, porque toda formação cristã é, sobretudo, o aprofundamento do Kerigma que está se tornando cada vez mais e melhor carne.
3.2. Dado que estamos vivendo uma mudança de época e de paradigmas, é necessário rever a metodologia formativa e pedagógica das diferentes etapas, com o objetivo de ter uma experiência de formação integral baseada no Evangelho, porque é necessário um caminho formativo sério e adequado.
3.3. Dada a importância da aprendizagem ao longo da vida, é necessário que a equipe internacional do JAR se encarregue de promover a aprendizagem ao longo da vida do JAR, pois qualquer projeto de treinamento deve ser uma forma de crescimento para o jovem.
3.4. Dado os recursos existentes em nível de Ordem, é necessário promover e difundir a plataforma In Imum Cordis, e criar um canal de comunicação que concentre os materiais e as experiências comunitárias que permitam o trabalho em rede, porque a comunicação fomenta a fraternidade.
3.5. Dado que os jovens precisam ser acompanhados, é necessário: revisar os estatutos e as formas de acompanhamento das diferentes etapas propostas no itinerário, um plano de treinamento para os acompanhantes, sistematizar os processos de acompanhamento e fortalecer a figura do assessor leigo, porque o acompanhamento é absolutamente necessário para o crescimento e a maturidade dos jovens.
Evangelismo e missão
4.1. Dado que o encontro pessoal e comunitário com Jesus conduz à missão, é necessário fomentar a participação dos jovens nas diferentes ações missionárias e solidárias que a família agostiniano-recoleta tem (ARCORES, CEAR, EDUCAR, e outras iniciativas locais, etc.), oferecendo espaços para viver a missão, porque esta é uma dimensão da vocacionalidade.
4.2. Visto que a evangelização é necessária na Igreja, é importante criar nos diferentes distritos equipes de evangelização JAR, porque somos missão e é por isso que estamos no mundo.
4.3. Dado que nada do que é verdadeiramente humano nos é alheio, é necessário criar ferramentas para fomentar o compromisso do jovem agostiniano recoleto, para a construção de uma nova sociedade, porque queremos ser protagonistas da revolução da caridade e do serviço.