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São descobertos seis novos sermões de Santo Agostinho

Santo Agostinho, durante sua vida, pronunciou uma grande quantidade de sermões. A grande maioria deles não chegou a nós, pois dos oito mil sermões que provavelmente pregou (segundo estimativa do especialista Hubertus Drobner), chegaram até nós uns 500. Em 1996 foram descobertos na Biblioteca Municipal de Maguncia (ALEMANHA) 26 novos sermões, que levam o nome de quem os descobriu, F. Dolbeau. Agora foram descobertos outros seis. Encontravam-se em um manuscrito do século XII conservado na biblioteca Amploniana da Universidade de Erfurt (ALEMANHA). Três estudiosos da Academia austríaca de Ciências são os descobridores: Isabella Schiller, Dorothea Weber e Clemens Wiedmann. O manuscrito fazia parte da biblioteca que o teólogo alemão Amplonius Rating havia doado no ano 1412 ao Collegium Amplonianum, fundado por ele em Erfurt. A identificação dos sermões (manuscrito Dep. Erf. CA 12º 11) ocorreu graças à lista de títulos dos sermões deixada pelo discípulo e companheiro de Santo Agostinho, Possídio. Esta lista nós a encontramos ao final da obra de São Possídio na qual retrata toda a vida de Santo Agostinho.

Caridade, esmola e mártires

Trata-se de quatro sermões totalmente desconhecidos e de dois que até agora só em parte eram conhecidos. Três destes sermões desconhecidos falam da caridade e da esmola. Outros dois estão vinculados a festas de mártires; um dedicado às Santas Perpetua e Felicidade –tão populares em Cartago, lugar de seu martírio-, e outro ao não menos popular mártir cartaginês São Cipriano. Neste Agostinho se lamenta do comportamento dos fiéis durante a celebração da festa, pois existia o costume de visitar os santuários onde se encontravam as relíquias dos mártires, neste caso de São Cipriano, e de beber até embriagar-se, como uma forma equívoca de venerar ao mártir. O último dos seis sermões trata da ressurreição dos mortos. Os sermões serão publicados na revista austríaca Wiener Studien. Zeitschrift fuer Klassische Philologie und Patristik und lateinische Tradition, volumes 121 e 122.

Catequeses do Papa

O papa Bento XVI dedicou a Santo Agostinho recentemente, cinco das catequeses que faz nas audiências gerais das quartas-feiras. Em uma delas recordou que o Santo manifestava grande zelo pela pregação, ainda que tivesse preferido viver uma vida de retiro e oração: «Assim, renunciando a uma vida de inteira meditação, Agostinho aprendeu, às vezes com dificuldade, a partilhar o fruto de sua inteligência em proveito dos demais. Aprendeu a comunicar sua fé às pessoas simples e assim viver para elas, desenvolvendo incansavelmente, generosa, embora pesada atividade. Em um de seus belíssimos sermões, eis como o Santo de Hipona fala a respeito: ‘Continuamente pregar, discutir, admoestar, edificar, estar à disposição de todos é uma carga ingente, um grande peso, uma imensa carga’. “Mas este peso, conclui o Papa, o Santo o tomou sobre si, sabendo que deste modo poderia estar mais próximo de Cristo. Sabendo que se chega aos outros com simplicidade e humildade; esta foi sua verdadeira segunda conversão”.

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