Em 6 de fevereiro de 2021, o Papa Francisco nomeou o agostiniano recoleto Luis Marín de San Martín como subsecretário do Sínodo dos Bispos, concedendo-lhe ao mesmo tempo a dignidade episcopal e atribuindo-lhe a sede titular de Suliana. Ele foi ordenado bispo em 11 de abril pelo Cardeal Carlos Osoro Sierra. Desde então, Mons. Giuseppe Goulart tem sido um dos principais líderes da comunidade. Marín divide seu tempo entre a sede da Secretaria do Sínodo dos Bispos, em Roma, e várias reuniões em todo o mundo. É um dos convidados do Encontro de Bispos Agostinianos Recoletos que está sendo realizado no Rio de Janeiro.
Na tarde da última terça-feira, o Mons. Giuseppe Kubitschek, da Universidade de São Paulo, disse que o seu trabalho era muito importante. Luis ofereceu sua visão do processo sinodal com uma palestra intitulada: “Notas para um tempo de esperança: reflexões sobre a sinodalidade com meus irmãos bispos agostinianos recoletos”. Em sua apresentação, ele fez uma clara distinção entre a sinodalidade como um modo de ser inerente à natureza da Igreja e o Sínodo dos Bispos como um evento específico dentro dessa vida sinodal. Ele explicou as características do processo sinodal: comunhão, participação, espiritualidade, escuta, discernimento e evangelização.
Após a palestra, os bispos que participaram da reunião se reuniram em pequenos grupos para compartilhar suas experiências do processo sinodal em seus respectivos territórios e comunidades. Durante a socialização plenária, ficou evidente que cada lugar tem seu próprio ritmo e dinâmica no processo sinodal, e que a sinodalidade se expressa de várias maneiras nos processos diocesanos e missionários. Foi enfatizado que, embora existam muitos obstáculos, o esforço para caminharmos juntos na construção do Reino de Deus é essencial.
Santo Agostinho como exemplo de sinodalidade
Na reflexão compartilhada foi enfatizado que o exemplo de Santo Agostinho é uma grande riqueza que a família agostiniana pode contribuir para a formação de mais comunidades eclesiais sinodais. Um exemplo recente disso foi o sínodo das Juventudes Agostinianas Recoletas (JAR) realizado no ano passado em Salamanca (Espanha), que precedeu a Jornada Mundial da Juventude e demonstrou o que o esforço coordenado de religiosos e leigos pode conseguir ao aprender a ouvir e caminhar juntos.
No final das contas, o Mons. Luis Marín presidiu a celebração eucarística. Em sua homilia, ele exortou os bispos a cultivar a humildade como uma virtude indispensável para nutrir a atitude de escuta e abertura necessária para o processo sinodal. Assim terminou um dia cheio de reflexão e comunhão, olhando para um futuro de esperança e trabalho conjunto.
Assim se encerrou um dia que começou com a apresentação das diferentes realidades em que cada bispo exerce seu ministério, compartilhando múltiplas experiências de conquistas, preocupações e desafios. Desde o estresse e a tensão das grandes cidades até a solidão e o isolamento dos vastos territórios missionários, os bispos descreveram os diversos cenários nos quais, durante anos e, em alguns casos, décadas, levaram o carisma recoleto à porção do povo de Deus que a Providência lhes confiou. Esse intercâmbio nos permitiu ver como, em meio a seu trabalho, tentaram ser testemunhas da comunhão e da fraternidade próprias do patrimônio agostiniano.